Síncope

Gesimário de França Carvalho*

Todas as luzes são exangues
para minhas veias sem sangue;
todas as naus, submersas,
todos os sinais, ilusão;
todos os segredos são frestas,
todos os caos, solidão.
Todos os princípios
que por mim não precipitam
por meu cordão umbilical;
todas as sinas
que por mim não atestam,
deferem ou assinam meu ponto final,
são sentenças, do juízo ausente,
que anunciam a minha morte aparente
a quem não sente minha morte natural.

 

*Poeta e Professor

       

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