Rosa
Gesimário de França Carvalho*
Me perdoe, rosa
meus atropelados cuidados:
é que um tempo mais longo
na ocupação de outro ofício
às vezes distrai a candura do tato
no trato de uma flor.
E nem é somente o gesto
(já que te confesso
esses pequenos pecados
de um circunstancial egresso)
de esboçar o toque,
outras sutilezas nos escapam
no labor diverso que não inclui
essa forma de cultivo.
Se agora me constrange
minha incompreensão de pétala,
é que me assola a ausência de pólen
viscejando no jardim,
e meu coração bate apiforme.
*Poeta e Professor