HOMEM & MULHER

 

Wilson José Rodrigues Gomes*

09/03/2004

 

 

Sendo os seres mais inteligentes da Criação o homem e a mulher não são nada iguais, ou, pelo menos, estão em estágios de evolução bem adversos.

Desde os primórdios da civilização cada um doou, e ainda doa, sua valiosa contribuição na edificação da sociedade humana. Pela natureza de suas atividades nesta sociedade, ao longo dos milênios, o homem desenvolveu mais que a mulher a inteligência racional, o raciocínio lógico, o cálculo. A mulher por seu turno, desenvolveu mais que o homem a inteligência emocional, a sensibilidade, a espiritualidade.

A sociedade humana não pode, de forma alguma, existir sem estas poderosas vertentes: Inteligência Racional e Inteligência Espiritual. Pois são ferramentas imprescindíveis ao nosso processo evolutivo, hoje recém saído do estado primitivo.

Ouvi há algum tempo de um renomado conferencista, que o “Ser Humano” ainda não existe. O que se arrasta sobre o pó da Terra não passa de um protótipo, de um rascunho dele, que está mais próximo do ponto de saída do que do ponto de chegada. Fiquei pasmo, e ainda fico, pois imbecilmente acreditava que nossa espécie já seria obra pronta do Criador. Santa ignorância!

Enquanto os séculos inexoravelmente se escoam, nós, homem e mulher, pigmeus espirituais, digladiamos, ainda, na insana tentativa de subir ao pódio da insensatez, auto intitulando-nos mutuamente como sendo o melhor modelo. Nesta arte o homem se veste de velha raposa, e, contumaz guerreiro de primevas eras, se auto proclamou o “sexo forte”.

Personalismos à parte, algumas considerações só a título de reflexão.

Dados estatísticos indicam que nascem mais homens do que mulheres, mas a população atual é constituída na sua maioria de mulheres. Por quê isto ocorre? Porque morrem mais homens do que mulheres. E por quê morrem? As causas são diversas: os homens são mais violentos do que as mulheres. Existem mais homens ou mulheres nos presídios? Os homens são mais imprudentes do que as mulheres. Nos acidentes de trânsito morrem mais homens ou mulheres? Homens, é claro. E por culpa deles muitas delas também morrem. Os homens são mais propensos aos vícios do que as mulheres. Nos “butecos” têm mais homens ou mulheres? As mulheres cuidam mais da saúde do que os homens. Quem vai mais ao médico, dentista, etc. homens ou mulheres? Muitos homens só cuidam da saúde porque as mulheres os empurram. Fazendo as contas: há mais viúvos ou viúvas?

Quem participa mais de atividades religiosas, os homens ou as mulheres? Em todas as religiões praticadas neste país, pelo menos as adeptas do Cristianismo, a proporção a favor das mulheres é esmagadora, aproximadamente dez para um.

O desiderato deste ensaio não é suscitar discussões apaixonadas, mas uma reflexão sobre nossa condição de seres inteligentes da Natureza, em busca da perfeição.

Não é necessário mobilizar destacada sabedoria para se perceber que a mulher, a partir dos anos 50/60, tem se empenhado, movida nem tanto pelo raciocínio lógico, antes pela sublime intuição feminina e direito de aprender por si própria, na busca do aprimoramento de sua inteligência racional. Basta dar uma espiada nas indústrias, nos escritórios, na política, nos altos cargos das grandes empresas, nas universidades, nas forças armadas, nas profissões liberais, etc, o quanto elas estão soberanamente se destacando.

Em contrapartida, nós, do pseudo “sexo forte”, apaixonados por nossos próprios umbigos, praticamente nada temos feito em favor do aprimoramento de nossos sentimentos e de nossa espiritualidade, requisitos de imperioso manejo num mundo globalizado que a cada cento e oitenta dias dobra o seu conhecimento. Num mundo onde só existem duas categorias de pessoas: a dos que choram e a dos que vendem lenços.

 “Quem não faz poeira, come poeira”.

 

 

*Advogado, com pós graduação em gestão ambiental e consultor de empresas na área de saúde e segurança do trabalhador

 

       

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