A crise e sua origem 

27/07/2004

  Os erros costumam ser invisíveis para os que os cometem, porque o mesmo estado de embriaguês com que comumente cada um sobrestima sua pessoa, impede de vê-los. Ao dizer embriaguês, quis significar o contrário de sensatez, porquanto se o ser estivesse de verdade, em seu juízo, poderia julgar-se mais humanamente, advertindo que, ao não existir nele segurança no acerto, se expõe a errar. Como é natural, para poder julgar-se com equanimidade, ainda será necessário cultivar o sentido da precisão, ou seja, o que regula os movimentos do pensamento, da palavra e dos atos; com o qual, se poderá ver, por exemplo, que tudo que se faz, com precipitação, por impulso, por paixão, ou levado por um momento de desmedido entusiasmo, conduz sempre ao erro, salvo, logicamente, contadas exceções.

Não deve passar inadvertido, a quem se propõe realizar um propósito, a imagem que, nesse momento, está exercendo atração sobre ele, qualquer que seja sua espécie, assim como a responsabilidade que lhe incumbe sobre seus atos, pensamentos e palavras, tendo muito em conta que, quando se materializam, sobrevêm, cedo ou tarde, as conseqüências favoráveis ou desfavoráveis. Eliminar-se-á, assim, jogar a culpa em uns e outros daquilo que cada  um mesmo faz.

Tudo quanto venho dizendo deve trazer à reflexão de todos que o erro é humano; e sendo humano, humana há de ser também a tolerância. Ao ser humana a tolerância, é igualmente humano e razoável que os seres se ajudem mutuamente, se não para corrigir seus erros, pelo menos para evitá-los, já que todo erro que se consegue evitar é um mal que se afasta do futuro.

A falta de seriedade na afirmação do que se diz é um dos tantos erros que produzem confusão, semeiam desconfiança e fazem com que os prejuízos não se façam esperar.

Tal insensatez, ao subverter a verdade, faz com que o homem pense que um embuste cada vez maior apagará o anterior. Mas não é assim: o tamanho maior destes não destruirá jamais os embustes cometidos anteriormente, os quais permanecerão na mesma situação. Temos a prova naquilo que aconteceu a um personagem que já não existe, o qual disse uma vez que, para convencer a multidão eram necessárias grandes mentiras. Ao final, aconteceu que estas o apanharam, devendo terminar seus dias tomado pelo pânico provocado por suas próprias mentiras, pois havia desatado com elas uma força que o consumiu e exterminou. Isto explica como o homem pode desatar com seus embustes forças que, depois, se voltam com violência contra ele, justamente quando menos espera e quando mais teria desejado afastar de si o mal. O embuste é como uma bola cujo rebote é tão mais forte quanto maior é o impulso que recebe.

Destaque: “Todo erro que se consegue evitar é um mal que se afasta do futuro”

 (Gonzalez Pecotche, criador da Logosofia)

www.logosofia.org.br

 

(Conheça a Logosofia, ciência do aperfeiçoamento humano)

Colaboração de Francisco Liberato Costa Póvoa (Ié)

 

     

       

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