Rumo ao topo do mundo

 

Lucas Araújo Lustosa*

 

14/06/2005                                        

 

 

              Estamos a caminho de mais uma extraordinária montanha, de mais uma inesquecível viagem apaixonada e amada por todos nós brasileiros, à volta da conquista da maior montanha do mundo mais uma vez vamos buscar nossos sonhos, vamos subir seus 8848m, vamos ir mais além dos nossos limites, vamos ir mais longe do que podemos ir. Superando cansaços, preparando nossos organismos para subir as alturas do mundo em busca de novos horizontes sem fim.Vencendo todas as dificuldades que estão na nossa frente, vamos em busca de escalar o Everest a maior montanha do mundo      

             Viajando para Katmandu capital do Nepal, voltar ao Himalaia, “a morada dos deuses” para ir em direção de reencontrar com muito orgulho e felicidade  o Everest novamente.Comemorar com uma conquista vitoriosa dos seus 10 anos da conquista brasileira que se deu pela primeira vez  no dia 14/05/1995, conquistada com sucesso no dia anterior pelos brasileiros Waldemar Niclevicz, Mozart Cartão e um pouco de mim. Este ano o Irivan Gustavo Burda, meu amigo escalador de montanhas, está indo com eles nesta brilhante conquista do Everest em comemoração de 10 anos do Brasil no Everest, o Mozart morreu devido uma perigosa avalanche no Aconcáqua em 98.

            Será uma maravilhosa conquista e acima de tudo uma belíssima e emocionante viagem. Viagem longa, mais espetacularmente perfeita. Durante muitos dias a caminho de realizar um dos maiores sonhos em toda minha vida.Colocar mais uma vez a bandeira do Brasil nos seus 8848m, a maior montanha do mundo. Ao contrário do ano de 1995 este ano vamos pelo lado Nepal {SUL} e não pelo lado Norte como  em 95. Atravessando uma das regiões inóspitas, exóticas e ardentes do planeta.Em primeiro lugar vamos escalar a montanha Mera Peak com 6.476m, que fica localizada próximo ao Everest preparando o organismo, superando os seus limites para enfrentar seu próprio organismo para subir as alturas do mundo, ir preparando o organismo para agüentar o ar rarefeito que existe nas alturas do mundo. Nestes primeiros dias na montanha estamos preocupados com o tempo, pois a temperatura chega até os 7 graus negativos. Montamos um acampamento num lugar chamado Khare há 4.900m de altitude. Escolhemos este local para poder montarmos tudo e renovarmos o nosso ânimo. O tempo realmente nos preocupa porque se mantém estável, ou seja o frio não diminui. Este é um momento oportuno e único para ir ao topo do Everest novamente Quando nós brasileiros damos nossas vidas rumos às montanhas das nossas montanhas, pois bem vamos subir as alturas dos 8848m de alturas,tocar nas estrelas do céu. E amar as alturas do mundo e tocar os pés na montanha.             

Estamos sentindo um pouco do ar rarefeito,mais animados  para escalar o Mera Peak  com seus 5.800m de altitude.Ao amanhecer do dia seguinte esperamos alcançar nos seus 6466m.

            Depois de dias entre as inúmeras montanhas, a brilhante alegria de dizer que chegamos no alto da montanha Mera Peak com sucesso.Uma vez que ainda não estamos totalmente adaptados ao ar rarefeito das alturas Felizmente chegamos no topo desta montanha.

            Vamos continuar nossa longa caminhada, temos ainda um difícil passo pela frente, com mais de 5.800m de altitude rumo ao topo da maior montanha  do mundo. Tivemos um dia completamente belo entre  as montanhas, olhar a beleza do vento e torcer para que o vento continue agradável e que fique  ótima para que os nossos sonhos se realizem pra escalar e  subir mais uma vez o “Teto do Céu” o Everest!

 

            O tempo deu uma trégua durante a conquista do Mera Peak, agora o tempo volta a piorar, passamos em um rio  chamado Honk Buk  um rio   selvagem e completamente desabitado. Quase todos os rios estão congelados, um deles passamos andando , a uma altitude superior a 5.000m. Seguimos rumo ao Everest, que aparecia ao fundo das   margens  dos rios .Chegamos então a um beco sem saída  aonde tivemos  que escalar  uma das suas encostas até chegar no ponto do Amphu Lants-lá a 5845m de altitude. 

              Felizmente, depois de 16 dias entre as montanhas, finalmente chegamos aos pés do Everest, agora a 5400m um  acampamento-base avançado onde se inicia a fase propriamente dita em que estamos muito próximos do Teto do céu. Para chegarmos até aqui passamos em uma cidade chamada Lukla uma cidade a qual nos mostra o caminho para ir em direção ao topo do mundo.O tempo ainda permanece ruim, nesse dias nas montanhas, com pedras caindo em vários lugares, caindo muitas neves e avalanches assustadoras e perigosas.

            Infelizmente já houve muitas mortes  na montanha, os carregadores de altitudes os Sherpas fizemos o resgate de um americano que morreu devido à cascata de gelo. Quando ao amanhecer uma avalanche volta a desabar, na crista oeste no Everest  e destruiu quase todo acampamento base, mas todos têm em mente que devemos ter paciência, pois “paciência, eis a grande virtude dos alpinistas hoje e sempre”.

             Infelizmente ainda estão  acontecendo mortes na montanha, provocadas pelas mais diversas causas, como ataque cardíaco, e outros, como uma greta de  gelo e além do risco iminente de avalanches que existe.Estávamos decididos a iniciar o nosso ataque final do Everest, no último sábado, 14 de Maio, o aniversario da 1ª conquista do Everest, mas infelizmente fomos obrigamos a desistir.Motivo: a má previsão do tempo. Então resolvemos ir para um lugar chamado Deboche (3.900m), que está a dois ou três metros do acampamento.Fizemos um pernoite e voltamos ao acampamento e para preparar para o acampamento 4, que está a 8..000m.

              Por fim estamos chegando ao momento final da longa expedição,e encontramos pela subida fortes ventos e nevascas imensas e avalanches sem fim.O tempo resolveu melhorar um pouco, mas a umidade vai subir durante o ataque final na montanha.A nossa preocupação agora é que só temos  duas possibilidades com esse maldito tempo, ou desistir nos últimos momentos de vencer o Everest ou subir. Esta última nos leva a uma preocupação  maior: Como vamos subir nesta montanha  que nos resta poucos desafios para serem vencidos  por causa do tempo? Waldemar diz então: “Prefiro mil vezes subir com o risco de levar alguns flocos de neve na cabeça do que enfrentar um vento gelado”.

               Alojados no acampamento base, confortável e completamente feliz. Finalmente vamos finalizar o nosso ataque final do Everest, levar mais uma vez o nosso sonho de chegar ao topo dos 8848m. Mal podemos esperar que por este fim de semana que se Deus  quiser, e se o tempo colaborar, chegaremos no cume do Everest, que é o grande objetivo  desta expedição.

               Até chegar aqui aconteceram diversos acontecimentos,realizar uma difícil tentativa de chegar ao Everest não foi fácil, pois ninguém conseguiu ainda chegar no alto da montanha Everest este ano. Entretanto alguns alpinistas desistiram no meio do caminho  e outros morreram devido doenças causadas pela altura, por causa do  tempo.

               Não resistimos a  grande tentação, pois  o Brasil nos espera a vencer e chegar nos 8848m. Ainda estamos no acampamento 3 a 3.700m com  a maior expectativa de finalmente realizar este sonho de chegar ao topo do mundo novamente.

               Vamos levar o Brasil lá  para as alturas, alcançar novos horizontes e galgar as maravilhas que estão acima de nós.

               Vamos juntos para cima com uma grande força, rumo ao topo do mundo, encontrar com o Everest, superando assim os seus 8848m com grande orgulho.

               Com muito orgulho,com muita determinação,garra, coragem, força de vontade  informo a todos nós brasileiros que na madrugada de  Quinta Feira dia 02 de junho, o cume da maior montanha do mundo, com 8.848 metros, o Everest. Foi conquistada  realizada com muito sucesso. A escalada foi realizada pela rota do Nepal e  Junto comigo, com meus verdadeiros sonhos o meu amigo  Waldemar Niclevicz torna-se o único brasileiro a chegar pela segunda vez ao cume da maior montanha do mundo, além de ser um dos poucos alpinistas do mundo a escalar o Everest pelos dois lados (Tibet e Nepal). Já Irivan Burda obtém sua maior conquista como alpinista profissional.

 

                Esta longa jornada de trabalho durante 73 dias em destino a conquista brasileira do Everest a maior montanha do mundo, realizada com  sucesso  pela primeira vez em 1995, pelos brasileiros Waldemar Niclevicz, Mozart Catao   e Lucas.Quero aqui dedicar esta volta ao Everest conquistada com sucesso em  comemoração aos 10 anos da primeira conquista desta montanha a Mozart Catao, pois foi com ele que coloquei  a bandeira do Brasil nas alturas da maior montanha há 10 anos atrás.     

 

 

 

* Lucas Araújo Lustosa é dianopolino, tem 19 anos, apaixonado por esportes radicais principalmente escaladas de

montanhas.(Apesar de não praticar.)

 Lê também muitos livros sobre o assunto e tem uma pequena biblioteca.

 

       

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