PUBLICADO NO JORNAL TERRA BOA EM 1974
HUMOR TIPO-TIPO NÃO É ZIGUE-ZGUE
Edilton Bartolomeu Silva*
DNO, 1974
Inesquecível mundo em que vivemos, bom por ter sofrido tantas modificações benéficas e que todos nós por gravidade, tivemos que compactuar com seus declives e insuportáveis sulcos de desenvolvimento.
Lembro-me...
Quebrávamos o coco, comíamos o bago, que não sei porque todos insistem em chamar vavo, e quando não era furado, tinha um bicho, que estrangulávamos-lhe a cabeça com as unhas e ele era devorado de ré.
O coco era procurado nas malhadas onde o gado remoia, e quando era furado, servia de apito nas partidas de futebol. Também era considerado “bola-de-gude de criança pobre, era uma gude desgraçada, contudo era usada”.
O coco pai, coco xodó, vulgo coco de roer (lembra-me ratos), era o nosso chiclete e quando usado por meninos descomplexado, aparecendo aquele tufo na boca, mais parecia um instrumento suicida, ou ainda, uma galinha botando ovo em posição extra, em sinal de protesto a nós meninos, ladrões de ovos.
O coco, quebrado ou não era um grande agente nas conquistas amorosas dos meninos, e que perdiam seu valor, logo depois de roído, como era o caso do Claret e do Nato(4).
O coco cheiroso quebrava fronteiras, e quando era roído expostamente, tornava-se um convite a um tipo de petelecacoco, onde o mesmo parava sempre, nas mãos dos mais vivos, e era aproveitado de massa e bago.
*Nasceu em Pedro Afonso (11.01.1948) Filho do mestre Zé de Bento e Dona Elza. Fez o primeiro grau no Ginásio João d´Abreu em Dianópolis. Famoso pela sua genialidade e humor. Um dos fundadores do Jornal Terra Boa (1972) os outros são Benedito Pereira Lima e Antônio Costa Aires.
Exímio artista para trabalhar a madeira. As gírias locais são sempre inventadas por ele. Casado, pai e avô.