PAPAI
Dorgival Araujo de Sousa
08/12/2007
O meu pai era assim,
Fruto do mato, terreiro molhado!
Canto de pássaro, assovio
Bonito de se ver.
O meu pai era assim,
Água pura de fonte, risada cristalina,
Flobéia em noites de longa espera
Cigarro de palha na mão
Manso de coração.
Meu pai era assim,
Cativo de sua terra, raiz profunda de seu torrão,
Gole de café, curica e gavião,
“Causos” muitas vezes contados
e tantas vezes embalados em redes, viagens e caminhão
Meu pai era assim
Teve como pai a vida
E a natureza a sua mãe.