OS NOVOS VALORES DA CULTURA TOCANTINENSE

 

José Cândido Póvoa*

16/10/2005

 

 O lançamento de um livro pode parecer a muitos um fato corriqueiro. Mas quem acha que é muito fácil, tente fazê-lo! Sinto-me à vontade para comentar sobre o assunto por estar inserido nesse meio, quando não escrevendo algum artigo para este jornal, produzindo alguma poesia na tentativa de apaziguar meus sentimentos, ou lutando para  publicação do meu primeiro livro de poemas. Congratulo-me com o Governo do Tocantins, que através da Fundação Cultural , tem  incentivado os novos valores  do nosso Estado, a exemplo do que nos proporcionou no ano passado, na Galeria da Cultura, com dois belos acontecimentos. De um lado a exposição dos trabalhos do artista plástico Pierre de Freitas, que transformando os sentimentos em cores,  transporta-os  para a tela. De outro, o escritor que transformando os sentimentos no preto e branco das letras e do papel, deixa por conta do leitor as cores e formas dos sentimentos. Quanto  ao livro “Artigos e Crônicas”, eu o venho acompanhando desde o pré lançamento, por tratar-se  de autoria do jovem  Dídimo Heleno Póvoa, pessoa que muito estimo e também colaborador deste jornal. Se não bastasse ser meu sobrinho e o gosto que temos pela boa poesia de Augusto dos Anjos e tantas outras, tenho admiração pelo aproveitamento que  faz da inteligência que Deus lhe concedeu. Mas quando o fato se reveste do sentimento de afeição, não é necessário que as palavras sejam rebuscadas, basta deixarmos que elas fluam espontâneas do coração e sejam transferidas para o papel. A vida nos reserva momentos agradáveis, e a chegada de um novo livro no mundo  da cultura, é de singular importância para o coração deste quase poeta que agora escreve, (como deve ser para todos que laboram nessa área) principalmente por tratar-se do referido autor. Conheço o novel escritor Dídimo Heleno Póvoa desde a infância, pois é meu sobrinho. Além disso, ele passou grande parte de sua infância junto à mulher que embalou o meu e depois o seu berço: minha querida e inesquecível mãe e não menos querida e amada Vó Stela. E aquele berço e quem o embalou, bem como seus pais, são os responsáveis pelo surgimento deste jovem escritor,que nos momentos que antecederam o lançamento do livro, mais parecia um pai esperando o primeiro filho; em outros, uma criança a receber o presente do seu primeiro natal,  ou um semeador, que ao lançar a semente ao solo, não se aquieta até que a veja brotar. Até na escolha do prefaciador, ele foi feliz.  O intelectual Desembargador José Liberato Póvoa, homem afeito às letras e à cultura, traça o perfil do escritor de forma inigualável. Na verdade não li o  livro. Devorei-o com os olhos e o coração. O estilo peculiar do escritor chama a atenção de qualquer leitor. Não importa a idade. Em algumas crônicas um lirismo angelical. Em outras, a finíssima e calculada ironia humana. Se destacasse algum artigo em detrimento de outro, poderia estar sendo omisso ou injusto. No final ele demonstra uma rara perspicácia e  capacidade de síntese, que poucos têm, quando numa linguagem didática consegue em poucas páginas resumir a polêmica convivência entre Palestinos e Judeus, uma história que já dura  quatro mil anos.  Por isso o livro é recomendado por inteiro. E sendo da primeira safra, o livro é excelente. E como o bom vinho, as próximas safras terão a mesma qualidade. Disso tenho certeza, pois a videira é fértil. Para esse jovem escritor, o sucesso no mundo das letras está garantido. E que o Espírito Santo continue a iluminar a sua mente para que produza bons livros e que nunca se esqueça que o homem bem sucedido, em qualquer atividade humana é aquele que não se esquece dos valores essenciais, que lhe são ensinados junto com as primeiras orações.

 

*Advogado e Poeta

 

       

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