Coquelim Leal Costa

 


 

 

 

 

                    Palavras de J. Alencar Aires "Ao de falar em meu avô, cancelem-se todos os ofícios. Arregimentam-se ervas e bichos, pássaros e pântanos e alarguem-se palavras, horizontes e fonte e enumerem-se ritmos e fusos e prantos e acasalem-se crenças e aprofundem-se preces e partos e prumos e jeitos e gentes: que meu avô pede passagem. Ele está sendo falado, cantado, detalhado na boca de netos e tudo. Silêncio."

                    Filho de Casimiro Costa e Anísia Leal Costa nasceu no dia 16.06.1909 em Conceição do Norte-TO. Com a invasão da cidade de São José do Duro pela polícia estadual Abílio Wolney retirou-se para Barreiras e mandou avisar Casimiro do perigo eminente. Sem nenhuma segurança para permanecer em Conceição, Casimiro resolveu ir ao encontro do amigo e parente que já se encontrava na Bahia. Lá estabeleceu moradia e permaneceu por muitos anos, lutando com sérias dificuldades, pois todos os seus bens haviam ficado em Conceição do Norte.

                    Em 1924 deixou Barreiras e mudou-se para Salvador-BA onde iniciou seus estudos de mecânica na Escola Politécnica. Em 1929, concluídos os estudos, estava Coque de volta ao seio da família, que permanecia em Barreiras. Em 1930 casou-se com Francisca de Assis Alencar Costa (Francisquinha) ele com 21 anos ela com 17. Em 1931 mudou-se para Dianópolis dedicou-se ao conserto de enxadas, machados, esporas e armas.

                    Em 1940 foi convidado a ser professor juntamente com Coquelin Ayres e Diana Costa Ayres no Colégio João d´Abreu aberto em Dianópolis, sendo eles os primeiros professores. Sua família já contava com Mariá Costa Aires, Erbal Alencar Costa, Jovenísia Costa Valente e Mariêne Alencar Costa além da esposa Francisquinha. Com francisquinha teve mais dois filhos Dilma Alencar Costa e Colemar Alencar Costa. Em Dianópolis, uma grande tristeza abateu sobre Coque e sua família, Francisquinha veio a falecer, vítima de eclampsia.

                    Em 1943, casou-se com Jaimira, com quem teve mais seis filhos: Mirêne, Dinéia, José Bonfim, Madalena, Palmira e Paulo Reco. Anos depois, Coque resolveu ir explorar uma mina de ouro na fazenda Terra Vermelha, propriedade de seu irmão José Anísio.

                    Enquanto isto acontecia, Dario Rodrigues Leal foi eleito prefeito de Dianópolis e resolveu ir à Terra Vermelha propor a vinda de Coque, para ajudá-lo a administrar o município.

                    Foi o engenheiro responsável pelas obras da hidrelétrica João Rodrigues Leal.

                    Coque tornou-se conhecedor de várias artes e diplomou-se na mais importante de todas: a arte de viver bem e ser feliz. "Pequeno, modesto, humilde... Sou tudo... O homem mais rico, mais completo, mais feliz" (como ele mesmo se define).  

                    "... esse velho martelo, essa safra, essa enxó me ajudaram criar vocês... foi com elas que eu ganhei o sustento, com esses braços e essa mão..."

                    Está lúcido, trabalhando duro, ainda tira goteira em teto alto. Outro dia Iá Jaimira mostrou-me o velho Coque sobre um jirau de madeira fazendo o teto de uma varanda interna de sua casa... Está com 91 anos completos (2000).

                    Faleceu em Dianópolis-TO aos 01/03/2004 com 95 anos de idade.

 

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