Tardezinha

 

Casimiro Costa Neto*

Some-se o sol no infinito

O rio me considera como delito

Ao som das cachoeiras

Do retumbar das águas

Me decrescendo as culpas

Me ofertando lágrimas

E um sabiá

Que assobia a cantar

Nos fortes galhos da

Própria natureza

Some-se, também, na distância do ar

Lenizo minha voz no riso da tristeza

É que o pássaro também tem coração

Tem amor, em sua simplicidade

Tem o direito de assobiar canção

Mas não tem o de soletrar sau-da-de

Tão pequenino cantor inocente

Pousai aqui, ali, ou acolá

Tu ouvirás minha voz plangente

Da lira do coração, meu sabiá

Tu viverás aqui debruçado

Nos versos do amor que vivi

Nas escórias do meu passado

Nas saudades de Floracy

Só ela apagará a minha dor

Dos versos de saudade

E de amor.

 

 

Poeta e Compositor

       

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