Mario Ribeiro Martins*
O Governo de Goiás comprou uma sede própria para a Academia Feminina de
Letras e Artes de Goiás na RUA 132-C, NÚMERO 114, SETOR SUL, Goiânia, sem
que tenha nenhum membro da Academia, no governo.
Comprou uma sede própria para a União Brasileira de Escritores de Goiás, na
RUA 21, Nº 262, CENTRO, GOIÂNIA, em iguais condições.
O Instituto Histórico e Geográfico de Goiás tem a sua sede própria na RUA
82, NUMERO 455, SETOR SUL, GOIÂNIA, há muitas décadas.
A Academia Goiana de Letras tem a sua sede própria na RUA 20, NÚMERO 175,
CENTRO, GOIANIA.
A história da conquista desta sede da Academia Goiana já é bem divulgada,
além de curiosa.
A Academia Goiana tinha sido fundada em 22.04.1939 e instalada em
29.04.1939, sob a presidência de Pedro Ludovico Teixeira que era o Titular
da Cadeira 01. Pois bem, Pedro Ludovico mandou e desmandou em Goiás. Foi
Senador. Foi Governador por vários anos e nunca conseguiu uma SEDE PRÓPRIA
para a Academia.
Somente no governo de Henrique Santillo que não tinha nada a ver com a
Academia é que foi conseguida a sede própria. Santillo autorizou seu
Secretário da Cultura, Kleber Adorno, a comprar a Casa de Colemar e doar
para a Academia, por volta de 1988. Como se vê, somente 49 anos depois de
fundada, a Academia ganhou a sua SEDE PRÓPRIA.
O que está acontecendo no Tocantins não é mera coincidência. É uma
realidade. Siqueira Campos é o 1º ocupante da Cadeira 01, da Academia
Tocantinense de Letras, fundada em 12.12.1990 e instalada em 02.03.1991.
Mandou e desmandou no Tocantins.
Foi Governador durante muitos anos e nunca conseguiu a sede para a Academia
Tocantinense de Letras, embora o assunto tivesse constado em Ata, do dia
02.03.1991, nos seguintes termos, “A seguir o Cerimonial anunciou a
assinatura, pelo Exmº Sr. Governador do Estado José Wilson Siqueira Campos,
de várias medidas que beneficiam o mundo cultural do Tocantins:
1)Oficializando o Hino do Estado do Tocantins. 2)Considerando a Academia de
Letras do Tocantins, Entidade de Utilidade Pública. 3)DANDO UMA ÁREA NA ZONA
URBANA DE PALMAS, DESTINADA À CONSTRUÇÃO DA SEDE DA ACADEMIA. 4)Concedendo
subvenção anual à Academia. Tais atos foram sancionados sob acalorada salva
de Palmas”.
O fato é que a Academia, depois de passar pelas casas dos Presidentes, foi
abrigada numa sala nos fundos da Biblioteca Pública Municipal Jaime Câmara,
no Espaço Cultural de Palmas, graças à gentileza do antigo Prefeito de
Palmas, Manoel Odir Rocha, mas não dispõe de espaço para nada. A Academia
tem 40 membros, mas a sala não cabe os dez primeiros que chegarem. Não tem
espaço para Biblioteca, Secretaria, etc.
Esperança de ganhar a sua sede própria a Academia já teve muitas, a começar
pelo elenco de seus presidentes.
Entre 1991 e 1993, foi Presidente o Desembargador José Liberato Costa Póvoa
muito bem relacionado e com livre trânsito no governo.
Entre 1993 e 1995, foi Presidente Margarida Lemos Gonçalves, Missionária e
Professora de muito prestigio. Entre 1995 e 1998, retornou à presidência, o
Desembargador Liberato Póvoa. Entre 1998 e 2001, foi Presidente a Advogada
Mary Sonia Matos Valadares.
Entre 2001 e 2003, foi Presidente o Advogado Juarez Moreira Filho, cujo
irmão Deputado Estadual Laurez Moreira, sendo da bancada do governo, na
época, poderia ter ajudado na conquista da sede própria da Academia.
Entre 2003 e 2006, foi Presidente Isabel Dias Neves. Belinha foi a que mais
teve condições de conseguir a sede própria da Academia, por ser amiga
pessoal da família do Governador Marcelo Miranda e de seu pai-membro da
Academia-Brito Miranda. Preocupou-se com alguns projetos culturais e se
esqueceu da sede própria.
A partir de 2007, foi eleito Presidente o Procurador de Justiça Aposentado
Eduardo Silva de Almeida que continua batalhando pela sede da Academia.
Infelizmente, alguns presidentes não se empenharam com afinco na conquista
da sede própria, eis que, preocupados muito mais em conseguir passagens
aéreas do governo para viagens, alem de outras mordomias.
Em Goiás, todas as sedes próprias de entidades culturais foram compradas
pelo Governo Estadual e nenhuma pelo Governo Municipal.
No Tocantins, não importando de onde venha, se do Governo Estadual ou
Municipal ou da iniciativa privada, o importante é que a Sede Própria da
ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS apareça o mais rápido possível.
É uma vergonha, a Academia ser conhecida nacionalmente por seus concursos
literários e quando alguma comitiva chega em Palmas para visitá-la não tem
onde sentar-se.
*Mário Ribeiro Martins
é Procurador de Justiça e Escritor.
(mariormartins@hotmail.com)
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