Alimentação um direito inviolável
30/10/2009
Por Marcio Demari*
"Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle." (Artigo XXV / Declaração Universal Dos Direitos Humanos)
Estatísticas da Fome
Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo,
um bilhão de pessoas passando fome, 30 mil crianças morrem de fome a cada dia,
15 milhões a cada ano, um terço das crianças dos países em desenvolvimento
apresentam atraso no crescimento físico e intelectual, 1,3 bilhão de pessoas no
mundo não dispõe de água potável, 40% das mulheres dos países em desenvolvimento
são anêmicas e encontram-se abaixo do peso. Uma pessoa a cada sete padece fome
no mundo. A cada dia 275 mil pessoas começam a passar fome ao redor do mundo. O
Brasil é o 9º país com o maior numero de pessoas com fome, tem 15 milhões de
crianças desnutridas. 45% de suas crianças, menores de cinco anos sofrem de
anemia crônica.
O Brasil é o 5º país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área
do continente sul-americano. Há cerca de 20 anos, aumentaram o fornecimento de
energia elétrica e o número de estradas pavimentadas, além de um enorme
crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para combater a pobreza,
a má nutrição e as doenças endêmicas. Em 1987, no Brasil, quase 40% da população
(50 milhões de pessoas) vivia em extrema pobreza. Nos dias de hoje, um terço da
população ainda é mal nutrido, 9% das crianças morrem antes de completar um ano
de vida e 37% do total são trabalhadores rurais sem-terras.
Enquanto o consumo diário médio de calorias no mundo desenvolvido é de 3.315
calorias por habitante, no restante do globo o consume médio é de 2.180 calorias
diárias por habitante. Metade dos habitantes da Terra ingere uma quantidade de
alimentos inferior às suas necessidades básicas. Cerca de um terço da população
do mundo ingere 65% dos alimentos produzidos. A quarta edição do Inquérito
Mundial sobre Agricultura e Alimentação, patrocinado pela ONU em 1974, concluiu:
"Em termos mundiais, a quantidade de alimentos disponíveis é suficiente para
proporcionar a todos uma dieta adequada".
O aumento dos preços dos alimentos fez o número de famintos no mundo crescer 40
milhões para 963 milhões de pessoas em 2008, ante o ano passado, de acordo com
dados preliminares divulgados hoje pela ONU para Agricultura e Alimentação (FAO,
na sigla em inglês). A entidade advertiu que a crise econômica mundial pode
levar ainda mais pessoas a essa condição. Levando em conta dados do US Census
Bureau, departamento de estatísticas do governo norte-americano, que contam a
população mundial em 6,7 bilhões de pessoas, o número de famintos representa
14,3% do total.
Em 2007, no planeta havia 860 milhões de famintos; em janeiro de 2009 109 milhões mais. A metade da população africana subsahariana, por citar um exemplo dessa África crucificada, mal vive na extrema pobreza. A ladainha de violência e desgraças provocadas é interminável. No Congo há 30 mil meninos-soldados dispostos a matar e a morrer a troco de comida; 17% da floresta amazônica foram destruídos em cinco anos, entre 2000 e 2005; o gasto da América Latina e do Caribe em defesa cresceu um 91%, entre 2003 e 2008; uma dezena de empresas multinacionais controla o mercado de semente em todo o mundo. Os Objetivos do Milênio se evaporaram na retórica e em suas reuniões elitistas os países mais ricos dizem covardemente que não podem fazer mais para reverter o quadro.
"Quase cem mil mortes diárias no planeta se devem à fome. Dentre elas, 30 mil são de crianças com menos de cinco anos. Mais do que três torres gêmeas por dia que se desmoronam em silêncio, sem que ninguém chore ou construa monumentos", declarou à swissinfo Carlos Alberto Libânio Christo, mais conhecido como Frei Betto.
Essas são algumas das estatísticas da fome que o mundo se acostumou a acompanhar de tempos em tempos. Todavia a fome segue matando de maneira endêmica em muitas regiões do globo.
Um mundo livre da fome
Nós, do Planeta Voluntários buscamos um mundo sem
fome e desnutrição - um mundo no qual cada uma e todas as pessoas possam estar
seguras de receber a comida que necessitam para estar bem nutridas e saudáveis.
Nossa visão é a de um mundo que protege e trabalha para que haja assistência
social e dignidade humana para todas os povos. Um mundo no qual cada criança
pode crescer, aprender e florescer, e desenvolver-se como membro ativo da
sociedade.
*Por Marcio Demari é membro da PLANETA VOLUNTÁRIOS A maior Rede Social de Voluntários e ONGs do Brasil !