As defesas mentais do homem
01/05/2004
Nunca, como nos tempo atuais, tem sido tão necessário, útil e instrutivo o conhecimento das defesas mentais que cada indivíduo pode instituir à vontade, para preservar-se dos males que constantemente ameaçam sua integridade física, moral e espiritual. Males que, na maioria dos casos, terminam por submetê-lo a vontades alheias, a influências de ambientes, sejam políticos, religiosos, ideológicos ou de qualquer outra índole. Mais ainda, esse desconhecimento, que o impede de estabelecer suas próprias defesas mentais, torna o homem inseguro, temeroso e vacilante diante de cada situação das tantas que se promovem no curso da vida.
O quadro que estamos apresentando mostra, com clara e reiterada freqüência, que um ser nessas condições carece de recursos mentais para encarar com decisão, segurança e valentia cada ato, problema ou situação que lhe exija soluções ou resoluções imediatas. Como pode desenvolver-se a vida de um homem em semelhantes condições? Que autoridade possui sua opinião ou sua palavra se a tem alienada ou subordinada a outras opiniões? Acaso não é este o fator decisivo, a causa real de que uma enorme quantidade de seres se entreguem indefesos e permaneçam absorvidos pela “massa”, essa massa que os aglutina em ideologias exóticas ou na dialética fascinante da demagogia? Duvidar seria cair em uma temerária ingenuidade, ou dar as costas a um fato reiterado, que haverá de golpear duramente o destino do indiferente. (...)
O desamparo mental começa a experimentar-se na infância, segue na juventude e continua na idade adulta. Nunca houve na idade escolar, no ciclo médio, nem nas universidades, ensinamento algum que instruísse o homem desde tenra idade sobre a forma de resguardar sua integridade psicológica, mental e moral. Não lhe foi ensinado a buscar e encontrar os recursos imponderáveis que sua mente contém e, de modo especial, a conhecer o uso de suas defesas mentais. Se houvesse sido instituída essa preparação no ensino comum, a humanidade não teria chegado à encruzilhada lamentável e perigosa em que hoje se encontra. Tem existido, não resta dúvida, uma injustificável indiferença nos responsáveis pela condução docente, ou melhor, um desconhecimento absoluto das possibilidades humanas a respeito de suas próprias defesas mentais. (...)
O certo é que não se tem examinado esta questão com a devida seriedade e consciência de sua vital importância. De nossa parte, julgamos um dever justificar, de certo modo, esse desentendimento de educadores e pais de família, porquanto eles mesmos, em número considerável, foram submetidos em sua época a procedimentos similares. Portanto, como descobrir nos filhos ou alunos essa particularidade incrustada previamente em suas próprias vidas? É lógico que, para poder observar com liberdade de juízo a anomalia que assinalamos, se deva eliminar antes a trava que o impede, coisa bastante difícil naqueles que nem sequer suspeitam da existência em si mesmos, de semelhante impedimento.
(Gonzalez Pecotche, criador da Logosofia)
(Conheça a Logosofia, ciência do aperfeiçoamento humano)
Colaboração de
Francisco
Liberato Costa Póvoa (Ié)