O LÍRIO*
Tom: Lá Maior
A A A7 D
Se queres culto, eu como crente, adoro
E7 A
Se preso queres eu te caio aos pés
A E7 A
Ó vem depressa minha vida foge
E7
A A7
Eu sou o lírio que de murcho cai
D
E7 A
Amparo ao lírio que é tempo hoje
E7
A
Orvalha o lírio que morrendo vai
A A A7 D
Se rires, rio e se chorares choro
E7 A
E verto o pranto até banhar-te a tez
A A A7 D
Para ti formosa o meu sonhar de louco
E7 A
É tão fatal que desde o berço é teu
A A A7 D
Pede-me um beijo e se achares pouco
E7 A
Pede-me a vida e tudo, tudo é teu
A E7 A
Ó vem depressa minha vida foge
E7
A A7
Eu sou o lírio que de murcho cai
D
E7 A
Amparo ao lírio que é tempo hoje
E7
A
Orvalha o lírio que morrendo vai
A D
Vem reclinar-te como a flor pendida
E7 A
Sobre este peito cuja voz calei
A D
Pede-me um beijo e tu terás querida
E7 A
Toda paixão que para ti guardei
A E7 A
Ó vem depressa minha vida foge
E7
A
A7
Eu sou o lírio que de murcho cai
D
E7 A
Amparo ao lírio que é tempo hoje
E7
A
Orvalha o lírio que morrendo vai
A A7 D
Ó vem formosa, o meu amor é santo
E7 A
E grande e belo, como é grande o mar
A A7 D
É doce e triste como a harpa o canto
E7 A
Na corda extrema que já vai quebrar
A
E7
A
Ó vem depressa minha vida foge
E7
A A7
Eu sou o lírio que de murcho cai
D
E7
A
Amparo ao lírio que é tempo hoje
E7
A
Orvalha o lírio que morrendo vai
* O Lírio faz parte da
obra AS PRIMAVERAS (1858), de
Casimiro
de Abreu
XXVIII
CANTO DE AMOR.